quarta-feira, 23 de novembro de 2011

mortes na psicologia

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Dr. James Hillman, faleceu em 27.Out.2011
Dr. Léo Matos, faleceu em 15.Nov.2011
Dr. Roger Woolger, faleceu em 18.Nov.2011
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em uma mesma quinzena, perdas insuperáveis:
um tributo à generosidade desses homens, na prática e na teoria que ofertaram.
realmente, uma homenagem pelo legado -- inclusive, de alcance no Brasil.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

DSM-5

UMA CARTA ABERTA DAS PSICOLOGIAS AMERICANAS

Mais que o Humanismo de Carl Rogers, ou as versões de Humanismo Existencial, Fenomenológico etc, o Movimento Humanista em Psicologia, ou a "Terceira Força" foi o berço de rupturas na segunda metade do século XX: aqui se gestaram concepções muito particulares à Psicologia, confrontos à Psicoterapia e à Teoria da Personalidade então vigentes. Questionávamos, como Humanistas, acaso seríamos capazes de desdobrar as problemáticas humanas fora do histórico médico e da racionalidade medicalizada-farmacológica? O Dr. Samuel A. Cartwright, por exemplo, em artigo publicado na The New Orleans Medical and Surgical Journal, em maio de 1851, identifica a “drapetomania” como um agravo mental que acomete os negros: “The cause, in the most of cases, that induces the negro to run away from service, is as much a disease of the mind as any other species of mental alienation, and much more curable, as a general rule” (p. 707; ref.: http://www.google.com/books?id=mjkCAAAAYAAJ&pg=RA2-PA707&#v=onepage&q&f=false). Crítica à patologização do comportamento humano, a Sociedade de Psicologia Humanista – Divisão 32 da Associação de Psicologia Americana formulou uma Carta Aberta ao DSM-5 (a quinta versão em construção do Manual Diagnóstico e Estatístico da Associação Psiquiátrica Americana), que reuniu centenas de notícias e mais de 3500 assinaturas, apenas em duas semanas de circulação. Segundo informa a Carta, “DSM é um componente central da pesquisa, formação e exercício profissional da maioria de psicólogos registrados nos Estados Unidos.” A referida Petição eletrônica (www.ipetitions.com/petition/dsm5/) foi endossada pela Associação Americana de Aconselhamento, pela Sociedade Psicológica Britânica e pelo Conselho do Reino Unido de Psicologia, em aliança com a Rede de Psicologia Construtivista, a Associação pelas Mulheres na Psicologia, a Associação para Educação do Aconselhamento e Supervisão, a Sociedade para Psicologia Descritiva, a Sociedade para a Psicologia do Aconselhamento, a Sociedade para Avaliação da Personalidade, a Sociedade dos Psicólogos Indianos, a Associação para o Aconselhamento Humanista, a Associação Nacional Psicológica Latina, a Associação para a Criatividade no Aconselhamento, a Sociedade para os Estudos Psicológicos de questões das Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros, além das Divisões 6, 7, 17, 27, 29, 35, 39, 42, 44, 49 e 51 da APA. Robert Spitzer e Allan Frances, dois membros nos grupos de trabalho anteriores para construção do DSM, também somaram seus esforços a essa mobilização de profissionais e usuários da saúde. Frances, em sua análise de 1 de novembro (www.psychiatrictimes.com/blog/dsm-5/content/article/10168/1981447), afirmou que “(...) não parece haver apoio ao DSM-5 fora do círculo muito estreito daquelas várias centenas de experts que o criaram (...) não há qualquer grupo (...) fora da Associação Psiquiátrica Americana que tenha qualquer coisa boa a dizer sobre o DSM-5”. A Associação de Psiquiatria Americana, oligarquia autoral que responde pelo Manual, é uma instituição de classe que abriga 35 mil psiquiatras americanos. Todavia, entre os clínicos que serão referenciados, estão mais de 200 mil assistentes sociais, 120 mil aconselhadores de saúde mental, 90 psicólogos, 75 mil enfermeiras psiquiátricas, 55 mil terapeutas familiares, além de terapeutas ocupacionais, educadores, peritos forenses, pesquisadores etc. Para imaginar o alcance desses diagnósticos além do território imediato americano, sugiro a leitura de “Crazy like us: the globalization of the American Psyche” (de Ethan Watters, publicado pela Free Press, 2010). Outras Petições contra o DSM-5 também manifestam suas reivindicações, algumas, por exemplo, com próximo de 10 mil assinaturas (http://www.thepetitionsite.com/2/objection-to-dsm-v-committee-members-on-gender-identity-disorders/), outras, com 5 mil (http://www.stopdsm.blogspot.com/). Se você deseja saber mais e participar das atividades em curso, no Facebook, acesse a comunidade “Society for Humanistic Psychology”.

André Feitosa (Prof. de Psicologia - FANOR e Doutorando em Psicologia - Universidade Autónoma de Lisboa Luís Camóes) -- andre_feitosa@msn.com

sábado, 5 de novembro de 2011

Caixa dentro de caixa dentro de caixa...

PAUSAS E TREMORES

Guardamos o afeto pelas coisas. Estrelas opacas, ou rosas de cintilar minguante... apenas desaparecem. Pastas, sacolas, caixotes, listas, pessoas... um olhar para trás que não pode ver além do hoje? Adormecê-las em nossa paisagem, ode e súplica. Guardamos o afeto que vivemos com algumas pessoas. Mas não conseguimos, embora insistamos. Tentamos guardar o que em nós foi bom ou talvez bonito. Mas não conseguimos, embora, eventualmente, mingüemos no esforço. Onde estávamos com os nossos pertences, resta a poeira do que seguiu e não deixou bilhetes, nem chocolates. O que em nós delimita-se, quando esse alguém já foi embora? O cheiro, diríamos. Nós o esquecemos. O gosto, tanto e tanto queríamos. Nós também o perdemos. A imagem, pensaríamos atravessá-la, incessantemente conosco. Nós a descaracterizamos: invariavelmente deformada. Não somos bons em matéria de arquivamento. Há sobras, resíduos, aparências. Há papéis, de tudo que manipulamos com letrinhas avulsas da sopa fria. Há bandejas, invólucros, relicários para os nossos odores. Debaixo das caixas, há marcas do tempo e suas finas silhuetas. Nas camisas dobradas, pequenos delitos e manchas. Nas tampas dos perfumes, apenas o imaginário suavizado. Nas cruzetas, estamos suspensos pelo equilíbrio. Retemos nossas tentativas de provas, martírios, evidências. É lá, que buscamos esclarecimentos, satisfações, vestígios. Perdendo, a conta gota: delírios umidificados no beijo, na ladeira da curva da aliança, nos pavores e vapores, nas intensidades e nas ansiedades, no suor, na saliva, na secreção, no sangue, no sêmen, nas lágrimas. Dentro das gaiolas com tubos vazios de pasta de dente, dentro dos cheiros calcificados entre a lapela do alpiste e a louça do banheiro em mármore, lá nós investigamos as sobras, os excrementos, os furos, as traças... as nuvens passam, e tudo que não precisa ser reciclado causa-me dengo-dengue: geometricamente macio, viscoso e aveludado nas cores. Minha religião é a descrença. Vomitar, até sentir dor, e expelir o último molho de chaves. Na ocupação regurgitada do espaço, me confirmo um mero transeunte: sem luzes, maquiagem, microfone, roteiro; não há escombros. Procuro respostas, nas frechas, nas passagens, nas colagens que unem partes simétricas dos objetos. É uma cena aterrorizante, nu perante a coleção de desconhecimentos que flutuam no jardim dos abismos que naveguei. Não afunda, e não me faz boiar – não tenho relações, estão perdidos desde sempre... e porque não foram embora, de mãos dadas com o tempo encardido das coisas? Quando a poética do gesto suplanta-se nas unhas e nos cabelos mortos, então, a alma já não quis o corpo arqueado e dolorido – e fez-se, apenas, carne e pregos.

SOBRE UM ESPETÁCULO DE DANÇA...
Anatomia das Coisas Encalhadas - Direção e interpretação de Silvia Moura
Do Grupo CEM – Centro de Experimentações em Movimentos
5 de novembro de 2011, na Bienal de Dança do Ceará

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Águas em Dança














* Foto Marina Cavalcante - Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura


Afeto, afago, afogo


Das montanhas, era uma vez a água. Imagine um corpo de água. Dentro do corpo, circula a água doce das montanhas verdes e dos céus azuis. No corpo herdeiro daquele azul, imagine contos que amadurecem frutíferos, como ilhéus de sentidos. Chuviscos desses contos precipitam-se, com a estação dos abandonos que se repetem. Em cada conto inconsiderado, imagine uma malha de afetos na forma de dunas – muitas formas naquelas muitas ondulações. No cheio das luas, e das marés, também se movem as dunas, comunicando entre si diferentes contos que vieram de longe. Cuidado para não se afogar: considere que esse afetos-dunas são ventanias que imprimem movimentos às águas: por acúmulos sucessivos, oferecem ilusões de profundidades a isso que, de outro modo cru, seria apenas abismos e não circunstanciais depósitos de areia e certeza. Portanto, aqueles ilhéus de contos não são os territórios que nos situam-flutuam-sitiam em meio a tanta água – ao contrário, os ilhéus lançam-se em declive profundo, ao mais inalcançavelmente sem fim. Seu fluir de eterno afetos possibilita-nos sulcos de passagens na cena-miragem desse contínuo de movimento que ocasionalmente se deixa fisgar como paisagem-memória. Imagine que esses corpos de água, condensados de um processo que não cessa de recontar-se, já transpiram na exigência do viver. Perdem água e mais água, também por obrigação e por colaterização. Imagine que para um corpo tão somente de água, perder-se, ademais, em lágrimas, mais do que dor imediata, é perder camadas da própria pele, do próprio funcionamento, da sua proteção e mediação com outros aqüíferos. Imagine que nenhuma gota dessa água é perdida. Imagine que as três cegas ninfas, desconhecendo de onde provêm rios e afluentes dessas águas lacrimosas, guardam-nas em pequenos sacos de plástico transparentes, e fitam com o encarnado do mágico e do delicado. Surgem depósitos daquela água-redemoinho vertida pelos corpos de água, abrigados em sacolas e sacolas, que forjam dunas de sacolas de lágrimas. Há também caixotes. Cada vez que se perde, quer-se ter de volta o que partiu: aqueles volumes de si. Caixotes, mudanças. Acho que o nome é saudade da água que se foi. Caixotes, mudanças, fotografias. Mas não é saudade – ou nem sempre. Fita nos olhos: é para não gritar. Às vezes, é apenas o transbordar desses afetos, dessas águas que se avolumam sem v/razão, águas barradas. E que explodem, sem contenção... pelos olhos, sobretudo, e nos poros, apenas água. As ninfas, apenas a-guardam. De tanto ouvir as súplicas dos corpos que se esvaem, as duas criaturas lentas do tempo, do tempo da fecundidade e do tempo da amargura, permitem que as velhas restituam os córregos daquela água perdida. Criaturas pétreas rolam, e também como no Sertão, vê-se o jorrar abundante de pregos e soluços correlatos... Ter de volta o que de mim partiu, seria um alento, seria uma esperança – jamais seria motivo de convulsão... exceto, apenas somente, se meu corpo de água pudesse lembrar que, a cada gota que se vai, mais e mais ferido eu me torno, mais e mais exposto, mais e mais avesso à água que um dia fui... quando as tais ninfas obscuras apenas devolvem a água salgada das minhas tantas lágrimas, tantos sais e tanta água, de cada uma daquelas lágrimas, de toda a vida desse corpo molhado, então, o sal queima, contrai, extirpa, incendeia aquela morada, meu corpo, outrora sua fonte e origem. Ninguém imaginaria que as lágrimas minhas que retornam tra(i)riam a memória molhada do corpo ferido, corpo ora incapaz de abrigar o que já não é mais seu – a menos que submetido pela violência da contorção, do debater-se, do evadir-se da sua própria dor e desespero. O corpo rasga-se das escassas e tão finas camadas de memórias ferozes, urge, grita, salpisca... Essa água que volta não me cura, porquanto lágrima nenhuma abriga as nuvens para a minha doce sede. Semelhanças entre água e emoções são meras coincidências? Na solidão extensa, a violência que me seqüestra toda a água, e que por isso me torna menor, não será a mesma que irá me fazer maior – retornando, essa água que, míngua e salina, apenas evapora com toda a cena. Resta o começo: deixai a água partir! Toda, do passado e do futuro.

SOBRE UM ESPETÁCULO DE DANÇA...
Espetáculo “Ind gente – Uma dança para a solidão” (direção de Silvia Moura)
Do Grupo CEM – Centro de Experimentações em Movimentos
Dias 03, 10, 17 e 24 de Novembro, às 20h, no Teatro Dragão do Mar/Programa "Quinta com Dança"
http://www.facebook.com/event.php?eid=257072421007524

RECOMENDO FORTEMENTE...

terça-feira, 1 de novembro de 2011

ENEM...


... a competição e a completude, por regulação mínima de reciprocidade e convivência social, deveriam estar submetidas à frustração, aos limites da não-satisfação patológica... ganhar, ganhar, ganhar, ganhar... superar, superar, superar... crescer, crescer, crescer (tremei, Humanistas!)... inclusive, manter os resultados (Incongruência, rigidez, deformação... diriam os Humanistas!)... não existe como sustentar a construção psíquica desses adolescentes, cujas instituições não os permitem sofrer, perder, cair, morrer... abaixo, reflexões analíticas... no plano civil, má-fé, crime... no plano emocional, perversão...


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(In)Disciplina e trauma

Por Rafael Pinheiro
http://ditoedizer.blogspot.com/

O último alvoroço envolvendo o ENEM desta vez calhou de estar bem perto de nós. Uma renomada instituição gerou frisson midiático por supostamente ter privilegiado seus alunos com 14 questões da prova do exame nacional. A escola nega veemente má fé no ocorrido e culpa alguma coincidência infeliz de ter as questões em seu vasto banco de dados. Verdade ou mentira tal fato evidencia que algo vai mal na educação de nossos jovens. É curioso que o slogan da referida instituição afirme categoricamente que se trata de um colégio completo. O que está subscrito neste slogan evidencia uma tendência que contamina a maioria das escolas, notadamente as de ensino privado que seguem a lógica mercadológica da eficácia e eficiência máximas. Freud, sempre atento aos impasses culturais, coloca a educação como uma tarefa impossível, pois domesticar por completo a desmesura do ímpeto humano é impraticável: somos seres essencialmente insatisfeitos e, portanto fadados a fracassar sempre que acreditamos ter a satisfação absoluta ao nosso alcance. Dizer que é impossível educar não invalida o ofício, mas chama a atenção de que não há como alcançar perfeita harmonia quando se trata do convívio na sociedade dos homens. Educar, primordialmente é estabelecer limites, fronteiras de possibilidade para que a criança ou adolescente tenha referenciais consistentes de onde partir e incluir-se em uma ética de convivência. As escolas completas oferecem aos seus alunos toda tecnologia possível com o objetivo de tapar todos os furos no processo de aprendizagem: lousas 3D, i-pads e a onipresente internet conectando o aluno a uma infinidade de conhecimentos. Tudo aponta para completude, para um projeto pedagógico capaz de formar o aluno ideal. A publicidade sabe muito bem disso quando abusa da ilusão de que sabe quais os bens que devem ordenar a satisfação de nossas necessidades. As escolas apostam tudo nas inovações tecnológicas com a promessa de que o impossível está finalmente ao alcance de seus alunos. Entretanto, uma educação que nega a presença de um limite para nossas ilusões narcísicas de onipotência só pode ter como consequência atos perversos que subvertem a ética reafirmando o velho ditado de que “os fins justificam os meios”. Não me causa espanto que tenha sido logo no colégio completo que as questões “vazaram”, pois só há completude para quem burla as regras do jogo, fora disso um dia se vence no outro se perde. Não cabe a mim passar julgamento sobre o dolo da escola no ocorrido, mas simplesmente deflagrar o escândalo. Se este fato servir para abalar a confiança dos alunos na onipotência da escola como lócus de saber, então esta nova crise do ENEM não foi em vão. O site do MEC informa que alunos da própria escola afirmaram ter recebido as questões em off com instruções claras de não compartilha-las com candidatos de outras escolas. Ora, a saia justa que por hora passa a escola foi a melhor lição que seus alunos tiveram em 2011: se o efeito for traumático para os envolvidos, tanto melhor! Se o trauma servir para legitimar o lugar da lei e do limite na construção do senso ético destes jovens já terá cumprido sua função principal que é furar nossa tão preciosa ilusão de completude.

DSM-5

UMA CARTA ABERTA DAS PSICOLOGIAS AMERICANAS

Mais que o Humanismo de Carl Rogers, ou as versões de Humanismo Existencial, Fenomenológico, Existencial-Fenomenológico, Hermenêutico etc, o Movimento Humanista em Psicologia, ou a "Terceira Força" foi o berço de importantes críticas e rupturas na segunda metade do século XX: aqui se gestaram concepções muito particulares à Psicologia, confrontos à Psicoterapia e à Teoria da Personalidade então vigentes, modos e metodologias que não se reduzem às sociologias, antropologias e filosofias políticas com as quais dialoga. Somos capazes de desdobrar e intervir nos problemas humanos fora da racionalidade medicalizada-farmacológica? Crítica à patologização do comportamento humano, a Sociedade de Psicologia Humanista – Divisão 32 da Associação de Psicologia Americana formulou uma Carta Aberta ao DSM-V (a quinta versão em construção do Manual Diagnóstico e Estatístico da Associação Psiquiátrica Americana), que reuniu mais de 3200 assinaturas, apenas na primeira semana de circulação. Segundo informa a Carta, “DSM é um componente central da pesquisa, formação e exercício profissional da maioria de psicólogos registrados nos Estados Unidos.” A referida Petição eletrônica (www.ipetitions.com/petition/dsm5/) foi endossada pela Associação Americana de Aconselhamento, pela Sociedade Psicológica Britânica e pelo Conselho do Reino Unido de Psicologia, em aliança com a Rede de Psicologia Construtivista, a Associação pelas Mulheres na Psicologia, a Sociedade para Psicologia Descritiva, a Sociedade para Avaliação da Personalidade, a Sociedade dos Psicólogos Indianos, além das Divisões 7, 27, 29, 35, 39, 49 e 51 da APA. Robert Spitzer e Allan Frances, dois membros nos grupos de trabalho anteriores para construção do DSM, também somaram seus esforços a essa mobilização de profissionais e usuários da saúde mental. Frances, em sua análise de 1 de novembro (www.psychiatrictimes.com/blog/dsm-5/content/article/10168/1981447), afirmou que “(...) não parece haver apoio ao DSM-5 fora do círculo muito estreito daquelas várias centenas de experts que o criaram (...) não há qualquer grupo (...) fora da Associação Psiquiátrica Americana que tenha qualquer coisa boa a dizer sobre o DSM-5”. A Associação de Psiquiatria Americana, oligarquia autoral que responde pelo Manual, é uma instituição de classe que abriga 35 mil psiquiatras americanos. Todavia, entre os clínicos que farão uso desse Manual, estão mais de 200 mil assistentes sociais, 120 mil aconselhadores de saúde mental, 90 psicólogos, 75 mil enfermeiras psiquiátricas, 55 mil terapeutas familiares, além de terapeutas ocupacionais, educadores, peritos forenses, pesquisadores etc. Para imaginar o alcance desses diagnósticos além do território imediato americano, sugiro a leitura de: "Crazy like us: the globalization of the American Psyche" (de Ethan Watters, publicado pela Free Press, 2010). Se você deseja saber mais e participar das atividades em curso, no Facebook, acesse a comunidade “Society for Humanistic Psychology”.


André Feitosa (Professor de Psicologia - Faculdades Nordeste/FANOR e Doutorando em Psicologia - Universidade Autónoma de Lisboa Luís Camóes) -- andre_feitosa@msn.com