quarta-feira, 23 de março de 2011

Carl Rogers e a Fundação da Psicologia Humanista Americana

Curso Introdutório - 10 horas/aula (Extensão)

"Carl Rogers e a Fundação da Psicologia Humanista Americana"
28 de Março/2011 (segunda-feira) à 1 de Abril/2011 (sexta-feira)
Salvador, FRB - Campus Rio Vermelho, 20h às 21h40

Facilitador: André Feitosa (Professor de Psicologia Humanista - FANOR, Psicólogo com Formação Clínica em Abordagem Centrada na Pessoa, Mestrado em Relação de Ajuda e Intervenção Terapêutica, Doutorando em Psicologia)

Promoção: Centro Interdisciplinar de Pesquisa e Extensão (CIPE/FRB)
Realização: Curso de Psicologia - Faculdade Ruy Barbosa (FRB-DeVry)
Apoio: Curso de Psicologia - Faculdades Nordeste (FANOR-DeVry)

Atividade Gratuita

dansez, dansez, sinon nous sommes perdus

Bonjour.

Ontem, dormi com essa dúvida... de verdade, abraçado e entregue à ela, entregue no-além das palavras que me interrogavam: "como transpor a dança para o rádio?" Uau. Eu não sei se me pergunto a respeito de "uma" dança, ou por quais meios conduzir "a" dança ao rádio, ou realizar uma dança ao rádio? Ai, ai, ai... Qual será o suporte? Lógos? Experiência? (...)

Outros já se fizeram essas perguntas curiosas, de natureza semelhante: "... out au long du processus de maturation, une question récurrente : comment filmer la danse?" (como filmar à dança?)... Veja em: http://blogapetitspas.fr/2011/03/le-film-de-wim-wenders-pour-pina-bausch/?sms_ss=facebook&at_xt=4d834340e9c8025a%2C0

Ainda desse mesmo sítio: "(...) Pina Bausch le dit : «dansez, dansez, sinon nous sommes perdus»" -- dance, dance, ou estamos perdidos... Se é verdade, como dançar para não nos perdermos em mídias como o rádio e a internet?

Conferências de Psychopompós

Próximo encontro das Conferências de Psychopompós - em 2011, sobre "A Tipologia Humana segundo Carl Jung": Curso de Psicologia da FANOR (Fortaleza), 9 de Abril (sábado), manhã e tarde, atividade gratuita. Gentileza, compartilhar junto aos possíveis interessados. Informações: Prof. André Feitosa: asousa3@fanor.edu.br

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-- Conteúdo proposto (Manhã):

Funções Básicas da Personalidade
Função Primária/Principal
Função Secundária/Auxiliar
Função Terciária
Função Quaternária
Relação Masculino-Anima e Feminino-Animus
Processo da Individuação

-- Conteúdo proposto (Tarde):

Atitude Extrovertida
Atitude Introvertida
Tipos Reflexivos/Racionais
Tipos Perceptivos/Irracionais
Caracterização: Perfil dos Tipos Pensamento
Caracterização: Perfil dos Tipos Tipos Sentimento
Caracterização: Perfil dos Tipos Tipos Sensação
Caracterização: Perfil dos Tipos Tipos Intuição
Combinação entre Atitudes, Tipos e Funções – 16
Tipos Puros, Exceções e Tipos Fakes

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Calendário:
26/Fevereiro (data confirmada),
9/Abril (data confirmada),
7/Maio (data sujeita a mudança) e
4/Junho (data sujeita a mudança)

segunda-feira, 21 de março de 2011

Butô-Ma

http://www.youtube.com/user/vivadancafestival?feature=mhum#p/u/1/4ZkQf01ORIQ

http://idanca.net/lang/pt-br/2011/03/17/entrevista-com-tadashi-endo/17268

sexta-feira, 18 de março de 2011

Conferência

2011 ACADEMIC CONFERENCE ANNOUNCEMENT

Title:
“American Psychological Counseling: what does it look like nowadays…?”

Invited Speaker:
Dr. J.M. Monteiro-Leitner, Educational Psychologist
Full Professor, Dept. of Educational Leadership and Counseling
Southeast Missouri State University – USA

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CONVITE PARA CONFERÊNCIA ACADÊMICA 2011

Título:
“Aconselhamento Psicológico Americano: como isso se parece hoje?”

Convidado:
Dra. J.M. Monteiro-Leitner, Psicóloga Educacional
Professora Catedrática, Dpto. de Liderança e Aconselhamento Educacional
Southeast Missouri State University – EUA

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18 de março de 2011 (sexta-feira), 10h30-12h30,
Sala 111 – FANOR/DeVry, Entrada Gratuita
Promoção: Disciplina de Psicologia Humanista (Psicologia, FANOR/DeVry)
Apoio: Curso de Psicologia (FANOR/DeVry)

quarta-feira, 16 de março de 2011

Butô

Entre 26/Março e 2/Abril, em Salvador,
no Curso de Butoh-Ma,
com Tadashi Endo (discípulo de Kazuo Ohno)/
Incrível. Fui selecionado!

Projeto de vida:
criar um Butô do Sertão,
um Butô-Sertâniku...
esse é o primeiro passo.



















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Diretor do “MAMU – Butoh Center” e diretor artístico do “MAMU International Butoh Festival”, em Göttingen – Alemanha, Tadashi Endo reúne, em seu fazer artístico, a sabedoria das tradições da dança e do teatro, Oriental e Ocidental, construindo um trabalho único e extremamente pessoal. Iniciou seus estudos teatrais pelas formas tradicionais do teatro japonês – o Noh e o Kabuki – e posteriormente aprofundou-se no teatro ocidental, realizando estudos, como diretor, no Seminário Max Reinhardt, em Viena.

Depois de ter viajado como artista solo por toda a Europa, apresentando-se junto a famosos músicos de jazz, ele conheceu, em 1989, Kazuo Ohno (criador, juntamente com Tatsumi Hijikata, do Butoh no Japão). A partir de então, os dois desenvolveram uma relação de estreita colaboração que se tornou a base para seu trabalho criativo atual. Seus solos incluem os espetáculos: MA, SYNAPSIS, KARA DA KARA, TASOGARE, ONE-NINE-FOUR SEVEN e atualmente se dedica ao IKIRU, seu novo solo.

Desde 2002 desenvolve uma relação afetiva e criativa com o Brasil, tendo atualmente, como principais parceiros, o LUME Teatro e a Périplo Produções. Dirigiu e coreografou os espetáculos SHI-ZEN, 7 Cuias, SOPRO e VOCÊ, do LUME Teatro, e realizou workshops e apresentações em diversas cidades brasileiras.

Em 2008 e 2009 participou e fez a preparação de dança do filme "Hanami – Cerejeiras em Flor", e coreografou a ópera Admeto, de Georg Friedrich Handel, ambos sob direção da cineasta Dóris Dörrie. A dança de Tadashi Endo expressa a tensão entre ying e yang, masculino e feminino, e o movimento eterno entre ambos. A base de sua dança é o Butoh-Ma – o estar entre. Com um mínimo de movimento, ele alcança o máximo de tensões, sensações e emoções.

domingo, 13 de março de 2011

Limite, Finitude, Corpo, Mundo

ótimo texto.

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http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17534

Tragédias naturais expõem perda da noção de limite
Marco Aurélio Weissheimer
12/03/2011

No dia 1° de novembro de 1775, Lisboa foi devastada por um terremoto seguido de um tsunami. A partir de estudos geológicos e arqueológicos, estima-se hoje que o sismo atingiu 9 graus na escala Richter e as ondas do tsunami chegaram a 20 metros de altura. De uma população de 275 mil habitantes, calcula-se que cerca de 20 mil morreram. Além de atingir grande parte do litoral do Algarve, o terremoto e o tsunami também atingiram o norte da África. Apesar da precariedade dos meios de comunicação de então, a tragédia teve um grande impacto na Europa e foi objeto de reflexão por pensadores como Kant, Rousseau, Goethe e Voltaire. A sociedade europeia vivia então o florescimento do Iluminismo, da Revolução Industrial e do Capitalismo. Havia uma atmosfera de grande confiança nas possibilidades da razão e do progresso científico.

No Poème sur le desastre de Lisbonne, (“Poema sobre o desastre de Lisboa”), Voltaire satiriza a ideia de Leibniz, segundo a qual este seria “o melhor dos mundos possíveis”. “O terremoto de Lisboa foi suficiente para Voltaire refutar a teodiceia de Leibniz”, ironizou Theodor Adorno. “Filósofos iludidos que gritam, ‘Tudo está bem’, apressados, contemplam estas ruínas tremendas” – escreveu Voltaire, acrescentando: “Que crimes cometeram estas crianças, esmagadas e ensanguentadas no colo de suas mães?”

Rousseau não gostou da leitura de Voltaire e responsabilizou a ação do homem que estaria “corrompendo a harmonia da criação”. "Há que convir... que a natureza não reuniu em Lisboa 20.000 casas de seis ou sete andares, e que se os habitantes dessa grande cidade se tivessem dispersado mais uniformemente e construído de modo mais ligeiro, os estragos teriam sido muito menores, talvez nulos", escreveu.

Já Kant procurou entender o fenômeno e suas causas no domínio da ordem natural. O terremoto de Lisboa, entre outras coisas, acabará inspirando seus estudos sobre a ideia do sublime. Para Kant, “o Homem ao tentar compreender a enormidade das grandes catástrofes, confronta-se com a Natureza numa escala de dimensão e força transumanas que embora tome mais evidente a sua fragilidade física, fortifica a consciência da superioridade do seu espírito face à Natureza, mesmo quando esta o ameaça”.

A tragédia que se abateu sobre Lisboa, portanto, para além das perdas humanas, materiais e econômicas, impactou a imaginação do seu tempo e inspirou reflexões sobre a relação do homem com a natureza e sobre o estado do mundo na época. Uma época, cabe lembrar, onde os meios de comunicação resumiam-se basicamente a algumas poucas, e caras, publicações impressas, e à transmissão oral de informações, versões e opiniões sobre os acontecimentos. Nas catástrofes atuais, parece que vivemos um paradoxo: se, por um lado, temos um desenvolvimento vertiginoso dos meios de comunicação, por outro, a qualidade da reflexão sobre tais acontecimentos parece ter empobrecido, se comparamos com o tipo de debate gerado pelo terremoto de Lisboa.

A espetacularização das tragédias e a perda da noção de limite

Em maio de 2010, em uma entrevista à revista Adverso (da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul), o geólogo Rualdo Menegat, professor do Departamento de Paleontologia e Estratigrafia do Instituo de Geociências da UFRGS, criticou o modo como a mídia cobre, de modo geral, esse tipo de fenômeno.

“Ela espetaculariza essas tragédias de uma maneira que não ajuda as pessoas entenderem que há uma manifestação das forças naturais aí e que nós precisamos saber nos precaver. A maneira como a grande imprensa trata estes acontecimentos (como vulcões, terremotos e enchentes), ao invés de provocar uma reflexão sobre o nosso lugar na natureza, traz apenas as imagens de algo que veio interromper o que não poderia ser interrompido, a saber, a nossa rotina urbana. Essa percepção de que nosso dia a dia não pode ser interrompido pelas manifestação das forças naturais está ligada à ideia de que somos sobrenaturais, de que estamos para além da natureza”.

Para Menegat, uma das principais lacunas nestas coberturas é a ausência de uma reflexão sobre a ideia de limite. É bem conhecida a imagem medieval de uma Terra plana, cujos mares acabariam em um abismo. Como ficou provado mais tarde, a imagem estava errada, mas ela trazia uma noção de limite que acabou se perdendo. “Embora a imagem estivesse errada na sua forma, ela estava correta no seu conteúdo. Nós temos limites evidentes de ocupação no planeta Terra. Não podemos ocupar o fundo dos mares, não podemos ocupar arcos vulcânicos, não podemos ocupar de forma intensiva bordas de placas tectônicas ativas, como o Japão, o Chile, a borda andina, a borda do oeste americano, como Anatólia, na Turquia”, observa o geólogo.

Não podemos, mas ocupamos, de maneira cada vez mais destemida. O que está acontecendo agora com as usinas nucleares japonesas atingidas pelo grande terremoto do dia 11 de março é mais um alarmante indicativo do tipo de tragédia que pode atingir o mundo globalmente. O que esses eventos nos mostram, enfatiza Menegat, é a progressiva cegueira da civilização humana contemporânea em relação à natureza. A humanidade está bordejando todos os limites perigosos do planeta Terra e se aproxima cada vez mais de áreas de riscos, como bordas de vulcões e regiões altamente sísmicas. “Estamos ocupando locais que, há 50 anos atrás, não ocupávamos. Como as nossas cidades estão ficando gigantes e cegas, elas não enxergam o tamanho do precipício, a proporção do perigo desses locais que elas ocupam”, diz ainda o geólogo, que resume assim a natureza do problema:

"Estamos falando de 6 bilhões e 700 milhões de habitantes, dos quais mais da metade, cerca de 3,7 bilhões, vive em cidades. Isso aumenta a percepção da tragédia como algo assustador. Como as nossas cidades estão ficando muito gigantes e as pessoas estão cegas, elas não se dão conta do tamanho do precipício e do tamanho do perigo desses locais onde estão instaladas. Isso faz também com que tenhamos uma visão dessas catástrofes como algo surpreendente".

A fúria da lógica contra a irracionalidade

Como disse Rousseau, no século XVIII, não foi a natureza que reuniu, em Lisboa, 20.000 casas de seis ou sete andares. Diante de tragédias como a que vemos agora no Japão, não faltam aqueles que falam em “fúria da natureza” ou, pior, “vingança da natureza”. Se há alguma vingança se manifestando neste tipo de evento catastrófico, é a da lógica contra a irracionalidade. Como diz Menegat, a Terra e a natureza não são prioridades para a sociedade contemporânea. Propagandas de bancos, operadoras de cartões de crédito e empresas telefônicas fazem a apologia do mundo sem limites e sem fronteiras, do consumidor que pode tudo.

As reflexões de Kant sobre o terremoto de Lisboa não são, é claro, o carro-chefe de sua obra. A maior contribuição do filósofo alemão ao pensamento humano foi impor uma espécie de regra de finitude ao conhecimento humano: somos seres corporais, cuja possibilidade de conhecimento se dá em limites espaço-temporais. Esses limites estabelecidos por Kant na Crítica da Razão Pura não diminuem em nada a razão humana. Pelo contrário, a engrandecem ao livrá-la de tentações megalomaníacas que sonham em levar o pensamento humano a alturas irrespiráveis. Assim como a razão, o mundo tem limites. Pensar o contrário e conceber um mundo ilimitado, onde podemos tudo, é alimentar uma espécie de metafísica da destruição que parece estar bem assentada no planeta. Feliz ou infelizmente, a natureza está aí sempre pronta a nos despertar deste sono dogmático.

sábado, 12 de março de 2011

Poesia........................................................

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http://ricardo-domeneck.blogspot.com/2011/03/patricia-galvao-desejosa-de-maremotos.html

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Os livros são dorsos de estantes distantes quebradas.
Estou dependurada na parede feita um quadro.
Ninguém me segurou pelos cabelos.
Puseram um prego em meu coração para que eu não me mova
Espetaram, hein? a ave na parede
Mas conservaram os meus olhos
É verdade que eles estão parados
Como os meus dedos, na mesma frase.
Espicharam-se em coágulos azuis.
Que monótono o mar!
Os meus pés não dão mais um passo.
O meu sangue chorando
As crianças gritando,
Os homens morrendo
O tempo andando
As luzes fulgindo,
As casas subindo,
O dinheiro circulando,
O dinheiro caindo.
Os namorados passando, passeando,
O lixo aumentando,
Que monótono o mar!

Procurei acender de novo o cigarro.
Por que o poeta não morre?
Por que o coração engorda?
Por que as crianças crescem?
Por que este mar idiota não cobre o telhado das casas?
Por que existem telhados e avenidas?
Por que se escrevem cartas e existe o jornal?
Que monótono o mar!
Estou espichada na tela como um monte de frutas apodrecendo.
Se eu ainda tivesse unhas
Enterraria os meus dedos nesse espaço branco
Vertem os meus olhos uma fumaça salgada
Este mar, este mar não escorre por minhas faces.
Estou com tanto frio, e não tenho ninguém ...
Nem a presença dos corvos.

*

(NATUREZA MORTA, Patrícia Galvão, publicado com o pseudônimo Solange Sohl em 1948, no Suplemento Literário do jornal Diário de São Paulo.)

Question...

"Dizem, segundo as narrativas dos antigos, que a um ´filho´ do Kaos tudo seria permitido. O Kaos que se manifesta as forças colisoras, framentárias, geradoras de instabilidades e suspensões, vetores e coordenadas de movimentos intensos/velocidades infinitas; seu filho, a força que reúne, aproxima, agrega e combina, que modifica e transforma; sua filha, justamente o campo de forças que fecunda, cresce e floresce. Curioso, portanto, que, dos ´filhos kaóticos´, haja a presença de tamanha vida, criação (éros) e abundância (gaia) - porque não dizer, entorno dos pupilos do Káos, há tanta Beleza (Afrodite, filha do tempo). Apenas uma criatura, todavia, estaria ´imune´ às investiduras do amor e da fecundação, qual seja, aquela que "perdeu a alma/anima". Discuta a relação entre amor-kaos e o lugar/função da alma e da não alma: porque os regimes do erótikus (de éros) obstam ante o apático (sem pathos), o anestesiado (sem aisthesis), o desanimado (sem ânima)?"

(by @André Feitosa, via Facebook, 11/03/11).
Questão #1






















* Na imagem, Dyonísius e seu Tyrso...





















* E suas seguidoras, as Mênades/Bacantes


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sexta-feira, 11 de março de 2011

Universidades...

ESSA TAL UNIVERSIDADE

André Feitosa

11/Março/2011

Duas indagações prefaciam esse texto: (1) o que significa, para essa nossa década, cursar uma “boa” Universidade, em termos de qual direção/orientação e o quão longínquo esperamos que essa Universidade projete-nos no tempo e no espaço?; e (2) qual a afecção, ou como queiram, o sentido de Universidade que as vanguardas intelectuais, estéticas, políticas e produtivas ideacionam consolidar nos próximos 70-80 anos de Brasil? Penso que nesse contexto de fissuras e instabilidades às narrativas hegemônicas do desenvolvimento econômico, orbitamos no rastro dessas questões quando os graduandos argúem as justificativas de não haver uma única representação da América Latina no ranking mundial 2010-2011 das Melhores Universidades, segundo a Times Higher Education. É apenas uma oscilação no glamour costumeiro, estigma do colonizado e ferida de pequenez? Em colunas anteriores no Jornal OPOVO, outros já se interrogavam a propósito do mesmo – e ocorrem-me, oportunamente, as reflexões do Prof. André Haguette, sociólogo e docente da UFC. No Twitter, quase insistente na urgência das provocações, o Senador e ex-Reitor (da UNB), Prof. Cristovão Buarque, faz ecoar uma preocupação que é também de outros analistas desenvolvimentistas: “a sétima potência econômica do mundo não tem uma Universidade (...) o Brasil é o único país dos BRICs que não tem uma Universidade entre as cem melhores” (@Sen_Cristovam, 10/03/11), e complementa sua avaliação: “não há como ter muitas Universidades boas com a educação de base ruim e apenas para poucos” (@Sen_Cristovam, 10/03/11). Ainda na cyber-esfera dos 140 caracteres, o colunista político (jornal OPOVO), Fábio Campos[1], observa que a Universidade de São Paulo encontra-se na 232ª. posição, que as “universidades francesas cultuadas por brasileiros, que adoram a Sorbonne (Universidade de Paris)”, bem como “universidade[s] da Espanha ou de Portugal, muito procuradas por brasileiros” (@fabiocamposm, 10/03/11), não foram incluídas pela nota de corte. Também pelas mídias sociais, colegas dos antigos bancos de graduação, interpelam-se na busca de compreensões mais acuradas para esse fenômeno: quais são “as melhores”, e as melhores segundo o parâmetro de qual Pacto Social – esse mesmo que, ao longo da Modernidade, forjou degradação ambiental severa e acelerou a tônica da mudança climática? Com o olhar de quem está fora do Brasil para avançar em suas pesquisas, @Renan Brasil, por exemplo, via Facebook, concebeu uma dúvida quase singela, ou talvez irônica: “o que falta às nossas Universidades?”. Sem contemplar os objetivos e os critérios empregados em macro-aferições dessa natureza (13 mil professores consultados, 131 países), um primeiro olhar de superfície causa-me inquietação: o que fizemos, coletivamente, à rica tradição acadêmica francesa e aos berços do humanismo italiano? Entre a primeira metade da referida lista das 100 Melhores, figuram Universidade agressivas no campo da Pesquisa e competitivas pela Inovação... em comum, tornaram-se equipamentos/recursos dainteligentsia coletiva, administrados por gabinetes de metas e como business que exige “sucesso” ao investimento alto – algumas das quais, no ápice dos seus 802 anos de reputabilidade (vide Cambridge, na Inglaterra). Portanto, a idade importa, sim (em contagem regressiva de nove anos, não é a Copa ou a Olimpíada, mas o primeiro centenário da Universidade do Brasil, hoje, UFRJ), embora cronologia e linhagens não possam explicar muito. Percorrendo as posições iniciais, observamos: Harvard (EUA), MIT (EUA), Cambridge (Reino Unido), Berkeley (EUA), Stanford (EUA), Oxford (Reino Unido), Princeton (EUA)... seguindo-se, no perfil das 50 mais notórias, com 78% ou 39 Universidades Anglófonas (EUA, 29; Inglaterra, 6; Canadá, 3; Austrália, 1), cujas atividades, em alguma medida, derivam-se da língua, da cultura e das aspirações no Velho/Novo Mundo Inglês. Há, também, 1 Universidade que se destaca para cada um dos países listados: Holanda, Suíça, Alemanha, Rússia e Singapura. Duas Universidades, no Japão, e outras, em proporção semelhante, na China. Curiosamente, a posição de relevo acadêmico não coincide necessariamente com as políticas de incentivo financeiro e oportunidades de estudo superior para visitantes estrangeiros. Em outras palavras, as “melhores universidades” não serão aquelas mais convidativas aos “melhores” sonhos internacionais, conforme outra pesquisa, divulgada pelo British Council (Inglaterra) e apresentada, em março, no Going Global 2011 Conference. Respectivamente, Alemanha, Austrália, China, Malásia e EUA ocupam as cinco posições iniciais no que diz respeito a fatores, dentre outros, como abertura e atração para mobilidade de estudantes de outros países. Paralelamente, em meados de fevereiro de 2011, não obstante as dificuldades para ousar fazer parte de centros de excelência acadêmica no Brasil e no exterior, o Ministério da Ciência e da Tecnologia (responsável pela gestão das maiores agências estatais de fomento) anunciou cortes de R$ 610 milhões para investimentos e R$ 350 milhões para custeio, além do veto de R$ 710 milhões em emendas parlamentares. Um colega físico e docente-pesquisador já retrucaria: “há possibilidade de contrastar Universidades com formações de sociedades, missões institucionais e territórios de atuação radicalmente distintos? É possível equalizar os mesmos indicadores nortistas como referências homogêneas na pesquisa nacional? Realidades pré-medievais de miséria e necessidade de urgente inclusão social dialogam horizontalmente na balança avaliativa de estados pós-revolução industrial?” Porque, afinal, os intelectuais deveriam ser afetados por listas suseranas como essas? Atribuímos tal descaso por acreditamos nas fases lineares e nas batalhas civilizatórias progressivas, que exigem banheiros limpos com papel higiênico antes de considerar as “disputas das melhores”? De quantos estudantes estamos falando no rol das Melhores? Qual o impacto desses acadêmicos para a sociedade que imaginamos a mais humana? Além da quota de inovadores e tecnólogos, Yuri Sales, nos seus comentários ao Blog[2], suscita-nos a interrogação a propósito do intelectual e seu necessário debate público nos campos da política, das humanidades e das artes, considerando a circulação ou não dos mesmos entre as Melhores: “(...) pegar estas estatísticas apresentadas sobre as Universidades no mundo e cruzar com outros dados, que nunca vi apresentarem, sobre a quantidade de intelectuais e aqueles que são mais importantes/representativos para o nosso mundo contemporâneo (...) quantos intelectuais temos hoje em dia? Quantos deles vieram das 100 melhores Universidades? Quantos vieram de outras? Quantos não vieram de nenhuma Universidade? (...) e, até mesmo, se ainda precisamos de Universidade para criar intelectuais”. Persistindo na segunda metade da lista, onde se descreve o grupo remanescente das mais seletas, 25 (50%) serão Anglófonas (EUA, 16; Inglaterra, 5; Austrália,3; Canadá, 1), 5 identificadas pela língua Alemã (Alemanha, 3; Suíça, 1; Áustria, 1), 3 agrupadas pelo código Francês no idioma (França, 2; Bélgica, 1), além de 3 Universidades na Suécia; outras 3, na Holanda; e 1 na Finlândia. Serão, portanto, apenas nessa faixa, em número de 20, as Universidades Européias. E o grupo Lusófono? Latino? Brasileiro: nenhuma pública ou privada? No conjunto das 100 Melhores, 64% são instituições Anglófonas, seguidas pelo coletivo expressivo de 11 Universidades Asiáticas (incluindo Austrália), referentes à contagem apenas desse segundo bloco. Há uma “lição” aprendida/difundida na Ásia, especialmente no Japão (2 entre as primeiras 50, e 2 entre 51-100), na China (2 entre as primeiras 50) e em Singapura (1 entre as primeiras 50, e 1 entre 51-100)? Não menos importante, também no segundo quadrante do ranking: Coréia, 2; Hong Kong, 1; Taiwan, 1; Índia, 1 – lembrando, ademais, da Rússia, com uma Universidade entre as primeiras 50. É verdade, conforme discutido por Boaventura de Sousa Santos, que precisamos de Universidades Comunitárias e dos Povos, sensíveis para reconhecer a agenda política e as epistemologias do Sul. Entretanto, qual o lugar possível de visibilidade e poder de influência para nossas organizações Universitárias, de currículos tradicionais ou não, no Brasil e suas vizinhanças regionais? Identificar-se ou diferenciar-se ao apresentado? Somos melhores porque estamos maiores? Por deleite especulativo, quais seriam as feições de um único reino hipotético, onde as ditas “100 Melhores Universidades” estivessem conglomeradas? Como seria o padrão de vida social do seu povo, haveria cidadania apartada do conhecimento acadêmico e qual seria o paradigma civilizatório vigente: Bem-Estar Social, Estar-Bem Social, Bem-Cuidar Social? Qual seria o novo significado para educação permanente, para os verbos estudar, conhecer, investigar, pensar? Qual seria o lugar da Universidade como centro de excelência da experiência humana produzida e compartilhada? Haveria crises financeiras, calamidades sociais, tragédias humanitárias? No campo da eficiência técnica, haveria lugar para as Artes, as Humanidades e as Ciências Humanas? Para os Saberes Populares, para a Sabedoria Humana Perene? A lista, infelizmente, não me fornece pistas se há espaço para um Mundo Melhor nos sonhos ambicionados pelas/pelos Melhores/Maiores. Ao final desse século, estaremos celebrando os 1000 anos da presença da Universidade no Ocidente, com Bolonha, em 2088. Aqueles que nós que estejam vivos, quais Universidades irão contemplar? Parece-me sintomático, em tempos maduros na decorrada dos universais, que tenhamos abdicado de sonhar Universidades – não apenas sonhar qualquer sonho, inconseqüente para a necessidade maior na sustenção e afirmação de um desejo grande como esse. Lembrei-me de Contardo Calligaris, o psicanalista e colunista da Folha de São Paulo. Em 03 de março passado, no seu texto “Grandes e pequenos desejos”[3], escreveu:

“(...) há, aparentemente, uma preferência contemporânea generalizada pelos desejos pequenos. Cuidado: um desejo não é pequeno porque seu objeto seria pouco relevante (...) O desejo pequeno é ideal para uma sociedade que conta com o consumo para alimentar a produção e organizar as diferenças sociais. Desejos substituíveis garantem que a gente seja sempre levemente insatisfeito e levemente desejante, esvoaçando de objeto em objeto como uma abelha num campo de flores. Quanto ao desejo grande, que já foi ideal dominante, ele é hoje raro na prática (...) Estamos tão acostumados a desejar pequeno que desejar grande (e pagar o preço disso) nos parece ser um comportamento patológico (o cara enlouqueceu, está obcecado) ou, então, sinal de crise (...) Penso o contrário: patológico é desejar pequeno”.

Fim.



[1] “Portanto, o ensino superior que tem mais qualidade é o de língua inglesa. O Japão também está bem posicionado. No ranking das 100, não há nenhuma universidade de Portugal e Espanha, países cujas instituições de ensino superior são bastante procuradas por estudantes brasileiros, boa parte para fazer intercâmbios pagos (geralmente, “turismo” acadêmico). Apenas uma francesa, a École Polytechnique, compõe o rol das 100, em alguma posição entre o 61º e 70º lugar. Atentem que a Politécnica não é umas universidades francesas cultuadas por brasileiros, que adoram a Sorbonne (Universidade de Paris)”.

Ver mais no artigo “A tragédia continental”, publicado em 11/03/11, na coluna política de Fábio Campos. Disponível em: http://www.opovo.com.br/app/colunas/politica/2011/03/11/noticiapolitica,2111858/a-tragedia-continental.shtml

[2] Postado em 11/03/11 e disponível em: http://espiraisformativos.blogspot.com/2011/03/essa-tal-universidade.html#comments

[3] Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0303201125.htm

ESSA TAL UNIVERSIDADE

ESSA TAL UNIVERSIDADE

André Feitosa

10/Março/2011


Duas indagações prefaciam esse texto: (1) o que significa, para essa nossa década, cursar uma “boa” Universidade, em termos de qual direção/orientação e o quão longínquo esperamos que essa Universidade projete-nos no tempo e no espaço?; e (2) qual a afecção, ou como queiram, o sentido de Universidade que as vanguardas intelectuais, estéticas, políticas e produtivas ideacionam consolidar nos próximos 70-80 anos de Brasil? Penso que nesse contexto de fissuras e instabilidades às narrativas hegemônicas do desenvolvimento econômico, orbitamos no rastro dessas questões quando os graduandos argúem as justificativas de não haver uma única representação da América Latina no ranking mundial 2010-2011 das Melhores Universidades, segundo a Times Higher Education. É apenas uma oscilação no glamour costumeiro, estigma do colonizado e ferida de pequenez? Em colunas anteriores no Jornal OPOVO, outros já se interrogavam a propósito do mesmo – e ocorrem-me, oportunamente, as reflexões do Prof. André Haguette, docente da UFC. No Twitter, quase insistente na urgência das provocações, o Senador e ex-Reitor (da UNB), Prof. Cristovão Buarque, faz ecoar uma preocupação que é também de outros analistas desenvolvimentistas: “a sétima potência econômica do mundo não tem uma Universidade (...) o Brasil é o único país dos BRICs que não tem uma Universidade entre as cem melhores” (@Sen_Cristovam, 10/03/11), e complementa sua avaliação: “não há como ter muitas Universidades boas com a educação de base ruim e apenas para poucos” (@Sen_Cristovam, 10/03/11). Ainda na cyber-esfera dos 140 caracteres, o colunista político (jornal OPOVO), Fábio Campos, observa que a Universidade de São Paulo encontra-se na 232ª. posição, que as “universidades francesas cultuadas por brasileiros, que adoram a Sorbonne (Universidade de Paris)”, bem como “universidade[s] da Espanha ou de Portugal, muito procuradas por brasileiros” (@fabiocamposm, 10/03/11), não foram incluídas pela nota de corte. Também pelas mídias sociais, colegas dos antigos bancos de graduação, interpelam-se na busca de compreensões mais acuradas para esse fenômeno: quais são “as melhores”, e as melhores segundo o parâmetro de qual Pacto Social – esse mesmo que, ao longo da Modernidade, forjou degradação ambiental severa e acelerou a tônica da mudança climática? Com o olhar de quem está fora do Brasil para avançar em suas pesquisas, @Renan Brasil, por exemplo, via Facebook, concebeu uma dúvida quase singela, ou talvez irônica: “o que falta às nossas Universidades?”. Sem contemplar os objetivos e os critérios empregados em macro-aferições dessa natureza (13 mil professores consultados, 131 países), um primeiro olhar de superfície causa-me inquietação: o que fizemos, coletivamente, à rica tradição acadêmica francesa e aos berços do humanismo italiano? Entre a primeira metade da referida lista das 100 Melhores, figuram Universidade agressivas no campo da Pesquisa e competitivas pela Inovação... em comum, tornaram-se equipamentos/recursos da inteligentsia coletiva, administrados por gabinetes de metas e como business que exige “sucesso” ao investimento alto – algumas das quais, no ápice dos seus 802 anos de reputabilidade (vide Cambridge, na Inglaterra). Portanto, a idade importa, sim (em contagem regressiva de nove anos, não é a Copa ou a Olimpíada, mas o primeiro centenário da Universidade do Brasil, hoje, UFRJ), embora cronologia e linhagens não possam explicar muito. Percorrendo as posições iniciais, observamos: Harvard (EUA), MIT (EUA), Cambridge (Reino Unido), Berkeley (EUA), Stanford (EUA), Oxford (Reino Unido), Princeton (EUA)... seguindo-se, no perfil das 50 mais notórias, com 78% ou 39 Universidades Anglófonas (EUA, 29; Inglaterra, 6; Canadá, 3; Austrália, 1), cujas atividades, em alguma medida, derivam-se da língua, da cultura e das aspirações no Velho/Novo Mundo Inglês. Há, também, 1 Universidade que se destaca para cada um dos países listados: Holanda, Suíça, Alemanha, Rússia e Singapura. Duas Universidades, no Japão, e outras, em proporção semelhante, na China. Curiosamente, a posição de relevo acadêmico não coincide necessariamente com as políticas de incentivo financeiro e oportunidades de estudo superior para visitantes estrangeiros. Em outras palavras, as “melhores universidades” não serão aquelas mais convidativas aos “melhores” sonhos internacionais, conforme outra pesquisa, divulgada pelo British Council (Inglaterra) e apresentada, em março, no Going Global 2011 Conference. Respectivamente, Alemanha, Austrália, China, Malásia e EUA ocupam as cinco posições iniciais no que diz respeito a fatores, dentre outros, como abertura e atração para mobilidade de estudantes de outros países. Paralelamente, em meados de fevereiro de 2011, não obstante as dificuldades para ousar fazer parte de centros de excelência acadêmica no Brasil e no exterior, o Ministério da Ciência e da Tecnologia (responsável pela gestão das maiores agências estatais de fomento) anunciou cortes de R$ 610 milhões para investimentos e R$ 350 milhões para custeio, além do veto de R$ 710 milhões em emendas parlamentares. Um colega físico e docente-pesquisador já questionaria: “há possibilidade de contrastar Universidades com missões, formações de sociedades e territórios de atuação radicalmente distintos? É possível equalizar os mesmos indicadores nortistas como referências homogêneas na pesquisa nacional? Realidades pré-medievais de miséria e necessidade de urgente inclusão social dialogam na mesma balança avaliativa de estados pós-revolução industrial?” Porque, afinal, os intelectuais deveriam ser afetados por listas suseranas como essas? É assim por acreditamos nas fases lineares e nas batalhas civilizatórias progressivas, que exigem banheiros limpos com papel higiênico antes de considerar as “disputas das melhores”? Persistindo na segunda metade da lista, onde se descreve o grupo remanescente das mais seletas, 25 (50%) serão Anglófonas (EUA, 16; Inglaterra, 5; Austrália,3; Canadá, 1), 5 identificadas pela língua Alemã (Alemanha, 3; Suíça, 1; Áustria, 1), 3 agrupadas pelo código Francês no idioma (França, 2; Bélgica, 1), além de 3 Universidades na Suécia; outras 3, na Holanda; e 1 na Finlândia. Serão, portanto, apenas nessa faixa, em número de 20, as Universidades Européias. E o grupo Lusófono? Latino? Brasileiro: nenhuma pública ou privada? No conjunto das 100 Melhores, 64% são instituições Anglófonas, seguidas pelo coletivo expressivo de 11 Universidades Asiáticas (incluindo Austrália), referentes à contagem apenas desse segundo bloco. Há uma “lição” aprendida/difundida na Ásia, especialmente no Japão (2 entre as primeiras 50, e 2 entre 51-100), na China (2 entre as primeiras 50) e em Singapura (1 entre as primeiras 50, e 1 entre 51-100)? Não menos importante, também no segundo quadrante do ranking: Coréia, 2; Hong Kong, 1; Taiwan, 1; Índia, 1 – lembrando, ademais, da Rússia, com uma Universidade entre as primeiras 50. É verdade, conforme discutido por Boaventura de Sousa Santos, que precisamos de Universidades Comunitárias e dos Povos, sensíveis para reconhecer a agenda política e as epistemologias do Sul. Entretanto, qual o lugar possível de visibilidade e poder de influência para nossas organizações Universitárias, de currículos tradicionais ou não, no Brasil e suas vizinhanças regionais? Identificar-se ou diferenciar-se ao apresentado? Por deleite especulativo, quais seriam as feições de um único reino hipotético, onde as ditas “100 Melhores Universidades” estivessem conglomeradas? Como seria o padrão de vida social do seu povo, haveria cidadania apartada do conhecimento acadêmico e qual seria o paradigma civilizatório vigente: Bem-Estar Social, Estar-Bem Social, Bem-Cuidar Social? Qual seria o novo significado para educação permanente, para os verbos estudar, conhecer, investigar, pensar? Qual seria o lugar da Universidade como centro de excelência da experiência humana produzida e compartilhada? Haveria crises financeiras, calamidades sociais, tragédias humanitárias? No campo da eficiência técnica, haveria lugar para as Artes, as Humanidades e as Ciências Humanas? Para os Saberes Populares, para a Sabedoria Humana Perene? A lista, infelizmente, não me fornece pistas se há espaço para um Mundo Melhor nos sonhos ambicionados pelas/pelos Melhores/Maiores. Ao final desse século, estaremos celebrando os 1000 anos da presença da Universidade no Ocidente, com Bolonha, em 2088. Aqueles que nós que estejam vivos, quais Universidades irão contemplar?


*


quinta-feira, 10 de março de 2011

University

As Melhores Universidades do Planeta:


http://www.timeshighereducation.co.uk/world-university-rankings/2010-2011/reputation-rankings.html


Harvard, MIT, Cambridge, Berkeley, Stanford, Oxford, Princeton...


É curioso ler que os 50 primeiros da lista, todas, Universidade agressivas na Pesquisa e competitivas na Inovação... algumas, com seus * 802 anos * (exemplo de Cambridge, na Inglaterra)!


Das 50 melhores colocadas:

- Americanas: 29 de 50,

- Inglesas: 6 de 50,

- Canadenses: 3 de 50,

- Australiana: 1 de 50


Vale refletir: o que significa o Brasil, país em desenvolvimento (7a. Economia), sem nenhuma Universidade nos 100 primeiros lugares? O que você acha?


Das 50 primeiras, algumas línguas/culturas que vão importar em nosso futuro e influenciar as trilhas do saber-poder:

- 39/50 falam Inglês (ou são do Velho-Mundo Inglês, ou do Novo-Mundo Inglês);

- 2/50 falam Alemão (Suíça, 1, Alemanha, 1);

- Holanda, 1/50;

- Japão, 2/50;

- China, 2/50;

- Singapura, 1/50;

- Rússia, 1/50;


Das 50 Melhores Universidades, 78% são Anglófonas.


* * *


ACERCA DOS PARADOXOS...


(Apenas 1 Universidade Alemã, dentre as 50 primeiras... enquanto isso, também por uma avaliação oficial inglesa... Alemanha, Austrália, Inglaterra, China, Malásia e EUA, no que diz respeito às políticas de atração para estudantes internacionais? Logo, a base do crescimento acadêmico em língua inglesa não é decorrente/impactado de/por "estudantes internacionais"? São profissionais internacionais já residentes/cidadãos?)


http://www.timeshighereducation.co.uk/story.asp?sectioncode=26&storycode=415465&c=1


GERMANY TOPS BRITISH COUNCIL´S ´GLOBAL GAUGE´

9 March 2011

By Hannah Fearn


Germany has the best political and financial support in place to encourage international study, according to the British Council.


Australia comes second in the organisation’s “global gauge” for international higher education, while the UK sits in third place.

The top three are followed by China, Malaysia and the US.

The ranking is based on an analysis by the British Council both of government policies that encourage international opportunities and those that act as a barrier.

Its findings will be debated at the Going Global conference in Hong Kong this week.

The factors taken into account by the ranking include each country’s “openness” to international study, the levels of support for those working or studying abroad, and quality assurance and degree recognition worldwide.

Although it is in third place overall, the UK comes top for openness – a measure that takes account of the fairness and transparency of visa rules, regulations governing the activity of universities and the scope of government strategies for international higher education.

The UK’s position in the ranking may not be so favourable if the coalition government’s plans to restrict student visas in the country are followed through. Details of the proposals are expected to be published as early as next week.

Germany scored particularly highly in the British Council ranking because of policies that encourage domestic students and academics to spend time abroad, as well as its success in attracting international students.

The British Council said German universities had attracted more foreign students by teaching a larger number of courses in English. It was also an attractive study destination because tuition fees were subsidised by the government.

The UK fell down in the “access and equity” category because of the limited support available for students and academics to take their work overseas, and because few financial incentives are provided for incoming international students.

Pat Killingley, director of higher education at the British Council, said: “The findings show that while the UK’s policies are helping it to maintain a strong position in the market, we still have some lessons to learn from other countries.”


* * *


Ainda sobre as Melhores Universidades, no segundo bloco/grupo (aquelas entre 51-100),


http://www.timeshighereducation.co.uk/world-university-rankings/2010-2011/reputation-rankings.html


(* Anglófonos: 25)

EUA, 16 / Inglaterra, 5 / Austrália, 3 / Canada, 1 /


(* Germânicos: 5)

Alemanha, 3 / Áustria, 1 / Suíça, 1 /


(* Francófonos: 3)

França, 2 / Bélgica, 1 /


(Outras línguas/culturas)

- Suécia, 3 /

- Finlândia, 1 /

- Holanda, 3 /

(*O país também apareceu no primeiro grupo, das 50 melhores, e também figura na segunda lista!*)


Japão, 2 / Coréia, 2 / Singapura, 1 / Hong Kong, 1 / Taiwan, 1 / Índia, 1

(*Japão e Cingapura constam no primeiro e segundo grupos da lista*)


--> APENAS EUROPA (desconsiderando EUA, Canadá e Austrália):

20 Universidades (entre 51-100 melhores posições)


--> APENAS ÁSIA (considerando Austrália):

11 Universidades (entre 51-100 melhores posições)


Pasmem!

--> AMÉRICA LATINA: 0 (ZERO)


Das 50 Melhores Universidades, 78% (39 de 50) são Anglófonas.

Das 100 Melhores Universidades, 64% (64 de 100) são Anglófonas.


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Enquanto isso, no Brasil...


Ministério da Ciência e Tecnologia perde R$ 1,7 bi com corte no Orçamento.


Valor representa cerca de 23% dos recursos da pasta e foi definido em encontro de Dilma com Mercadante. O Ministério da Defesa vai perder 26,5% de receitas referentes a custeio e investimento por conta do ajuste

O Ministério da Ciência e Tecnologia responderá por cerca de R$ 1 bilhão do corte de R$ 50 bilhões no Orçamento da União deste ano. O número foi definido ontem entre o ministro Aloizio Mercadante e a presidente Dilma Rousseff. O ministério vai perder R$ 610 milhões para investimentos e R$ 353,6 milhões para custeio. Além disso, a pasta não receberá R$ 713 milhões previstos em emendas parlamentares. Esse montante foi vetado pelo Executivo. Com o valor das emendas, a perda chega a R$ 1,7 bilhão. O Orçamento aprovado pelo Congresso para a Ciência e Tecnologia foi de R$ 7,4 bilhões. O valor inicial enviado aos congressistas foi de R$ 8,1 bilhões, porque estavam incluídas emendas que, se sancionadas pela presidente, entrariam na rubrica de pagamento obrigatório.

Dilma decidiu vetar essas emendas que, entre todos os ministérios, somavam cerca de R$ 1,1 bilhão. Com o corte previsto, o Ministério de Ciência e Tecnologia terá Orçamento de cerca de R$ 6,4 bilhões para este ano. Poderá contar com R$ 200 milhões adicionais em emendas parlamentares que o Executivo não passou a tesoura. No ano passado, o Orçamento da pasta foi de R$ 7,8 bilhões. Dilma conversou nos últimos dias com Mercadante e Nelson Jobim (Defesa) para tratar dos cortes. O Orçamento da Defesa perderá 26,5% das receitas referentes a custeio e investimento. A ministra Miriam Belchior (Planejamento) anunciará na próxima semana como o governo atingirá a meta de reduzir R$ 50 bilhões das despesas orçamentárias para este ano.


Folha de São Paulo, 18/02/2011 – São Paulo SP

quarta-feira, 9 de março de 2011

Ainda Cahiers (para além da Dança)

Qual, de todas as criaturas, estará ilesa às tempestades e fúrias de Éros - ó filho primevo do Kaos, que a tudo pode movimentar? Apenas os seres privados da alma... tremei, vós, pupilos de Apolo, quando vossos olhos confrontarem-se diante dos seres desalmados (anestesiados, apáticos...): sem alma, não há nascer e morrer e nascer...

*

E quando se retorna, quando já se sabe e já se suporta a descoberta-Corpo, o que fazer na lacuna de uma alma? Perguntar, Perturbação, Abismo. "E como se descobre uma alma?" (by @Evandro Brèal)

Cahiers (para além da Dança)

*

Cahiers (para além da Dança):

a dor lembra que você está vivo;

o sangue lembra que você tem um corpo;

o cansaço só disse que você fez o que poderia, por enquanto;
(by @Evandro Brèal)

... e uma paixão,

quase afinal,

para sentires que há vida e há morte

- e também o renascer morno que nos enlaça;
(by @Cláudia Castro).

*

(apaixonar-se, pathos & Éros, condição para manter-se humanamente próximo da finitude...)

quarta-feira, 2 de março de 2011

Dança

"lições da Dança:
a dor lembra que você está vivo;
o sangue lembra que você tem um corpo;
o cansaço só disse que você fez o que poderia, por enquanto"
(by Evandro Brèal)